Luma Elora Aislin

Luma Elora Aislin
Sabá de Ostara

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Preto e Branco: A vida num tabuleiro de xadrez.



01 de julho de 2008 (pensamentos a fervilhar).
Somente quando inerte na penumbra do quase sono as coisas ocorrem à mente, o mover-se no mundo material bloqueia a mente receptiva. O mesmo se dá quando em movimento repetitivo e alheio, mãos e pernas presas em movimentos e a mente voa rumo a uma conexão maior.
Não estou iluminada, não me sinto mergulhada em luz, tão pouco repouso nas trevas ou me escondo na escuridão. Oscilo como pêndulo, num jogo de claro e escuro, tento buscar a harmonia dos contrastes. Não se trata de luz acima e escuro abaixo, não existe cair em trevas, existem estados escuros da alma e clarões de luz na mente, como seres criados, como criadores e criaturas que somos, somente somos vistos nesse jogo de luz e penumbra, fora isso não existimos, faz parte de nosso estágio de condição humana. Somos eleitos a dançar uma dança sincrônica e harmoniosa com todo o universo, alimentamos e somos alimentados por esse jogo. A escuridão te acolhe num abraço reconfortante onde você recolhe as feridas da caminhada e fica escondida de novas afrontas e combates. Desço à escuridão para beber de uma fonte de aconchego.
Mergulhados na luz adquirimos brilho, somos cegos por esta luz, nossas almas errantes são expostas, somos vistos e somos compelidos a uma dança de luz e movimento que fere.
Já foram ao sol? Sol é luz, é iluminação, estar iluminada é estar em estado de sol, estrela. A luz cega, a luz queima, a luz gera ferida, a luz expõe, a luz exaure. A luz expande, faz movimentar, dançar numa constante que causa à alma afoita a autocombustão de suas forças. A permanência na luz nos leva a loucura pela absoluta incapacidade de suportar a dor das feridas causadas à alma. A mente desaparece em estado de expansão, a luz não nos faz crescer, a luz nos destrói.
Se inerte na proteção das sombras somos como bebês que se não estimulados não se criam, num primeiro momento é tudo o que queremos: esconder nossas dores, adormecer, encolher-se para não ter que lutar. Mas a inércia atrofia e, se muito, aí ficarmos, corremos o risco de virar uma planta com raízes profundas e depois um ponto, uma mancha mais densa na densidade da escuridão.
continua...

Nenhum comentário: