Luma Elora Aislin

Luma Elora Aislin
Sabá de Ostara

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Minha Fada Madrinha


FADA DA INTUIÇÃO: LAZULI


Lazuli é uma fada azul como o lápis lazúli, pedra da qual toma seu nome.
No Antigo Egito, essa pedra era considerada como um mensageiro divino e um grande purificador.O canto dessa fada se parece com o murmúrio da água e gosta de
habitar as cascatas.
Talvez a origem dessa fada remonte à época em que as Grandes Águas recobriram toda a Terra, se retirando formando os oceanos, deixando no entanto o testemunho de sua presença oculta atrás do coração de suas montanhas.


MENSAGEM: "Meu trabalho consiste em conduzir-te aos umbrais da mente onde reside a percepção e empurrar-te suavemente pelo azul desse universo sutil, até o oceano da intuição, muito além de tuas ilusões, na tranqüila e serena viagem da mente que se une ao coração.Para que eu possa levar-te, escute minha voz que funde-se com o canto da água que desliza suavemente e cai em forma de alegres cascatas."Essa fada diz que em busca da perfeição podemos nos tornar excessivamente diligentes e concentrados em nós mesmos, não permitindo que a intuição nos interpenetre e conseqüentemente, não consentindo o acesso há umas formas de percepção muito mais sutis sobre a "substância" das coisas. É a fada Lazuli que fará essa conexão espiritual que necessitas para ver o mundo como outros olhos.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Nó Afetivo


Em uma reunião de pais, numa escola da periferia,
a diretora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos;
pedia-lhes também que se fizessem presentes
o máximo de tempo possível...
Ela entendia que, embora a maioria dos pais
e mães daquela comunidade trabalhassem fora,
deveriam achar um tempinho
para se dedicar e entender as crianças.
Mas a diretora ficou muito surpresa
quando um pai se levantou e explicou,
com seu jeito humilde,
que ele não tinha tempo de falar com o filho,
nem de vê-lo, durante a semana, porque,
quando ele saía para trabalhar,
era muito cedo, e o filho ainda estava dormindo...
Quando voltava do serviço, já era muito tarde,
e o garoto não estava mais acordado.
Explicou, ainda, que tinha de trabalhar
assim para prover o sustento da família,
mas também contou que isso o deixava angustiado
por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir,
indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa.
E, para que o filho soubesse da sua presença,
ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria.
Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo.
Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele,
que o pai tinha estado ali e o havia beijado.
O nó era o meio de comunicação entre eles.
A diretora emocionou-se com aquela singela história
e ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai
era um dos melhores alunos da escola.
O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras de as pessoas
se fazerem presentes, de se comunicarem com os outros.
Aquele pai encontrou a sua, que era simples, mas eficiente.
E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo,
o que o pai estava lhe dizendo.
Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas
e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento;
simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam,
para aquele filho, muito mais do que presentes ou desculpas vazias.
É válido que nos preocupemos com as pessoas,
mas é importante que elas saibam, que elas sintam isso.
Para que haja a comunicação é preciso que as pessoas "ouçam"
a linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afeto,
os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.
É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto,
cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro.
As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras,
mas sabem registrar um gesto de amor.
Mesmo que esse gesto seja apenas um nó...
Um nó cheio de afeto e carinho.

E VOCÊ... JÁ DEU ALGUM NÓ AFETIVO HOJE?


Mil carinhos!

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Sobre Mulheres..........

" As melhores mulheres pertencem aos homens mais atrevidos ... Mulheres são como maçãs em árvore. As melhores estão no topo. Os homens não querem alcançar essas boas, porque eles tem medo de cair e se machucar. Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão, que não são boas como as do topo, mas são fáceis de se conseguir. Assim as maçãs no topo pensam que algo está errado com elas, quando na verdade eles estão errados ... Elas tem que esperar um pouco para o homem certo chegar ... aquele que é valente o bastante pra escalar até o topo da árvore."(Machado de Assis)




sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Uma história de Ostara



Uma vez há muito tempo, quando a Deusa andava jovem sobre a Terra, Ela foi chamada Ostara. E o tempo de Ostara era um tempo de flores e deleite, cores e cheiros, e sabores que faziam os sentidos acordarem para o genuíno prazer de existir.
E havia uma canção que se ouvia nessa época, a sinfonia dos diversos cantos dos animais no cio, a doce música dos ronronados, grunhidos, mugidos, trinados de pássaros, que prometia delícia e continuação da vida.
Ostara caminhava cercada dos animais, com aves em volta e dançava pelos campos coberta de flores. Todos a amavam, e como se podia deixar de amar a personificação de tempo tão feliz e afável?
Mas um dia, já ao final do verão, Ostara olhou para a Lua Cheia no céu e seu coração se encheu de saudade dos templos da Lua. Naquele momento ela decidiu que iria ver novamente a Senhora dos céus... E ,sem aviso, livre e impulsiva como toda donzela, partiu.....
No dia seguinte todos a procuraram em vão, e as flores começaram a murchar, o vento ficou mais triste e mais lúgubre seu assobio, a Terra esfriou e os animais já não cantavam suas canções de alegria..De todos os animais o que mais sentia a falta de Ostara era a Lebre...
Quando Ela partiu os animais comentavam que a Jovem tinha ido para a Lua, e toda noite a Lebre olhava para o céu em busca de sua Senhora amada. Viu muitas vezes a Lua diminuir e crescer e sua saudade aumentava no peito... tinha que haver um meio de pedir à Senhora que voltasse! Não era possível viver sem Ela! E o coraçãozinho da Lebre apertava no peito, uma angústia terrível que ela não sabia como expressar...
Nessa aflição, uma noite, de Lua Cheia, a Lebre subiu a uma alta colina, pretendendo estar mais perto de Sua Senhora Ostara. Fazia muito frio e a neve tornava difícil andar. Era uma noite triste, a tristeza do animalzinho não tinha modo de se expressar... mas naquela noite também subiu a colina uma alcatéia.
Os Lobos se postaram em círculo e quando o disco lunar apareceu, enorme, um coro de uivos se elevou majestoso...A Lebre acordou de sua tristeza e frio... Pensou: "Ora, se todos os animais chamassem assim, bem alto, Ostara vai nos ouvir, vai ouvir nossa tristeza e voltar!" e a partir daquele momento ela se empenhou em aprender a uivar...
Se você acha que foi pouco o esforço da pequena Lebre, não a subestime... ela tentou muitas vezes, noite após noite, mas ela não era um Lobo! Mesmo assim, uma noite, quando a Lua cheia apareceu, ela fez um esforço supremo e começou a uivar! Sim, ela uivava bem alto! E ensinou o mesmo a todas as Lebres... perdida nos sonhos da Lua, Ostara acordou com um som diferente... Quem uivava para a Lua agora? Não eram os animais conhecidos! Olhando o que havia na Terra, a jovem Ostara se comoveu com a Lebre e logo entendeu o esforço e o amor por detrás daquela nova canção.
Naquela noite Ostara decidiu retornar à Terra e, com sua chegada, o tempo esquentou, as cores voltaram e a cada passo seu as flores brotavam em profusão... As canções se faziam novamente ouvir e dentre todos os animais, Ostara pegou a pequena Lebre em seus braços e a colocou, gentil, no colo... disse a ela: "Pequena amiga, obrigada pelo seu amor ! O que você deseja como recompensa?".
A Lebre, embevecida de amor e tonta com a beleza da Donzela, respondeu: "Senhora, a única coisa que quero é que da próxima vez seja mais fácil chamá-la de volta!"Ostara pensou por um momento e depois concedeu a Lebre o Dom de se transformar em um pássaro mensageiro, pois quando fosse tempo de despertar de seu sono da Lua, a Lebre, mudada em pássaro, poderia alçar vôo e alcançar a Lua, chamando-a e dando à Terra a certeza de que Ostara sempre voltaria.
E Ostara acrescentou: "Pequena Lebre a você, que já é tão fértil, concedo, na forma de pássaro a guarda dos ovos sagrados que são a chave da continuidade da vida... Que você seja deles a guardiã e os distribua entre as pessoas quando necessário, mostrando a elas todas as possibilidades, que são meu poder e minha dádiva."E desse momento em diante, a Lebre distribui os ovos de Ostara, como recompensa de amor e dedicação.
Aquela primavera foi feliz e todos se alegraram sabendo que, mesmo que o inverno chegasse, um dia a Lebre buscaria Ostara de volta.

Benção Druida....para o Batismo....

BÊNÇÃO DRUIDA para Batismo.

Eu te batizo pela Mãe Terra.
De cujas entranhas viemos.
E para cujos braços voltaremos.
Quando nossa jornada se acabar.

Eu te batizo pelos 3 Ventos.
Que sopram dos 4 cantos da Terra.
Espalhando as sementes da colheita.
E afastando as nuvens de inverno.

Eu te batizo pelo Fogo.
Para que teu espírito seja puro.
E que teus dias sejam longos e proveitosos.
Eu te batizo com as Águas da Vida.

Águas que nenhum ser vivo pode jamais dispensar.
Agradeço a Grande Senhora (ou Nossa Senhora).
Por sua farta colheita.
E que Ela te abençoe e proteja.
Durante todos os dias de sua Vida!


sábado, 22 de setembro de 2007

Atitudes para acolher Ostara e sua energia criativa.

Depois da faxina feita em Imbolc, a casa já está toda linda para receber Ostara! Começar uma varreção mágica é de bom tom, eu adoro isso, lá vamos nós banindo com a vassoura os lixinhos energéticos que já começaram a se instalar. Vamos queimar incensos de flores, quer dizer, de essências de limpeza, enquanto varre, de flores depois, para ancorar a energia de Ostara.
Vamos esparramar vasos de flores pela casa, um na mesinha de centro, um naquele cantinho, na mesa das refeições.......o que importa é colocar flores na casa! flores de todas as cores, vamos fazer isso escutando uma boa música? Alegre, tem céltica? que bom! se não tem vai outra mesmo, o que não vale é música baixo astral. Pensei em fazer uma decoração para porta de entrada, fazer uma guirlanda, vou pegar hera, entrelaçar dois tons de fitas rosas, um forte e um fraco, colocar umas flores distribuídas, sempre vivas são as melhores, porque duram, sempre vivas de todas as cores, e no centro da guirlanda dependurado, colocar um coelhinho, se não tiver de pelúcia faz em papel cola no papelão, para ficar durinho, e prende com fita, dando um lindo lacinho, aposto que vai ficar uma graça! Se não quiser dependurar pelo lado de fora ou não puder, coloca do lado de dentro de casa, se não pode na sala coloca na porta de teu quarto.......
Eu pensei esse ano em fazer uma poção de Ostara, para atrair as coisas boas da primavera e do renascimento, pensei em colher primaveras, elas são ótimos corantes, colocar em uma garrafa ou vidro, e colocar metade álcool e metade água, depois que colorir, coar colocar gotas de óleo de flores diversas, sacudir bem para o álcool dissolver o óleo, e então colocar no borrifador  essa essência seria usada para borrifar na casa. Perfumaria e teria a função de sempre renovar as energias ancoradas no sabá de Ostara.




domingo, 16 de setembro de 2007

Escrevinhando II ( o um ficou imcompleto, como sempre!).



Um belo dia, não tão belo assim, você acorda, tem sol, mas não te aquece, porque o vento corta forte, barulhento e faz arrepiar tua alma, e teu corpo se contrai.

Neste dia o sol parece estar sem energia, ou então, muito longe, você olha o céu e pensa, até ele está indo embora, ou , até ele está se entregando, perdendo suas forças.

Um belo dia as coisas que eram para estar lá, não estão mais......e você questiona onde estava escrito que elas estariam, você localiza, estavam lá, nos seus sonhos.
Pensando nos sonhos cheguei, em um salto mental, embora deva ter cuidado, porque parece que até saltitos mentais bruscos devem ser controlados, pois senão minha cervical dói. Penso agora, que a respiração também deva ser suave, deslizes de respiração podem comprimir meu pescoço, afeee!!!
Voltando ao passado, mergulhada lá atrás, com as devidas precauções, cheguei no sonho, traduzo sonho como aquilo, que em um certo momento de sua existência, você quer, e acredita muito que aquele é o seu caminho, “aquilo”é o que você quer para si, “aquilo” é, enfim seu “sonho”, seu “ideal”, indo pela lógica da razão, aquilo é o que você irá realizar em “sua vida” (pelos Deuses, quantas aspas!).
Então, aí estou eu, mergulhada naquele sonho lindo, vibrante, o sonho dos meus sonhos, eu sinto o cheiro do tule....., não há bailarina, que não tenha metro de tule em seu vestir. Tules fazem parte. Sainhas cheias, franzidas, camadas e mais camadas, ou diáfanas, mais compridas,, sempre franzidas para rodar, fazer efeito, e que efeito! Ah! Que lindo o movimento das sainhas..... Faz parte, como as sapatilhas e as malhas, nada se iguala! ainda hoje, é para mim a roupa mais linda que um ser pode vestir, suas malhas de ballet.
Pronto! Aqui estou eu, no salto de agora, com as lágrimas nos olhos, a dor no coração, e a saudade, do que nunca foi.......
Como penso em construir uma vida, se me faltam os materiais? Tenho eu, que viver aqui, tenho eu, que realizar, me cobram, me cobro feitos, pleno exercício do viver, mas como? Se não há tules, sapatilhas, malhas, Tchaikovsky? Não há fotos, não há lembranças, não há nada apenas o sonho...e, a dor! (dor da saudade do que não houve).
Um belo dia, você vê, que faz anos que não dança mais. Sim, bailarinas dançam, precisam, necessitam. É inevitável, a música começa, o corpo acompanha, é instinto. E você busca o ontem, e perde-se por lá, porque não consegue mais nem visualizar qual foi a última vez que dançou.
Então, placidamente você percebe que não escuta mais música. Antes disso, você identifica, que num certo momento, trocou seu estilo musical, cessaram as músicas dançantes, pelas de meditação, pelas de aplicação de reiki, harmonização de chakras, pelas celtas, ouvidas como fundo litúrgico para rituais mentais, as canções que honram a Senhora, os elementos, a natureza, são sons de chuvas, ventos, mar, trovoadas, cantos de pássaros e por aí vai......e, tem os mantras!
E aí você percebe que não faz nem idéia da última vez que colocou seu CD de tambores, para confortavelmente, deitar e viver na mente, aquilo que sua alma, pede ao vivo e a cores, mas assim como o ballet, não acontece.
Mas, a mente vai, e com ela vai a alma, que bela, lá vai ela dançar em torno da fogueira, dançar o tambor e, na dança sentir a chegada do ser magnífico, que comunga com você, seus atributos, que tem como missão vivenciar momentos de contato, para que ambos evoluam, realizando tarefas que nem mesmo a consciência apreende. Não é preciso, quando em um ritual xamânico, você dança, integra seu animal de poder e juntos transpassam os mundos, algo será feito, algo de lindo, de mágico, mas algo será realizado!
Se for um animal de cura, ou um auxiliar, ah! que lindo! vocês irão partilhar sua união em prol de uma cura, seja sua ou seja para alguém....nunca falta a quem ajudar. Você já percebeu quantas pessoas doentes tem ao seu redor? Quantos motivos existem para que fogueiras sejam acesas, portais abertos, comunhão com energias, cujo objetivo de existência é exatamente esse, ajudar, auxiliar, emprestar suas virtudes, seus talentos para assim também evoluir?
Quando um xamã se nega a pratica do ritual, ele nega aos seus guardiões o exercício de sua tarefa. E Você aí, vai me dizer que não existem xamãs que se negam, que xamã é aquele que está lá no seu habitat natural, que xamã é que sai (agora, no bum da nova era, se desloca até as reservas, e vai aprender a trilhar o caminho vermelho, com o xamã tal, de tribo etc..., com todo o conhecimento ancestral do povo etc e tal. Que confortável mecanismo de castas..... é verdade, sim, é verdade sim, mas existe mais, existe entrelaçamento, existe “globalização”.
Cegos! De todas as tribos e continentes, atentem a realidade, a globalização terrena, essa, essa aqui, proporcionada pelos meios de comunicação, pela abertura de fronteiras, pelos meios de transportes, poder econômico..., em que agora estou aqui sentada escrevendo, em minha casa, mas amanhã, depois do avião, do dinheiro gasto e tudo mais, posso estar iniciando meu aprendizado, in loco, com o xamã “legítimo”, minha quarentena no deserto, de deuses sabem lá de onde, tomando sabe lá qual das plantas de poder, para alterar a consciência, para adentrar entre os mundos, e lá beber da sapiência, do enfrentamento, simplesmente levantar o véu, tomar ciência, aceitar ou não e seguir, então, a jornada da alma, enquanto espírito encarnado, agora reconectado ao recinto dos mistérios....
E, bem sei que, uns e outros enlouquecem. Vivências místicas aceleradas em rituais, fazendo uso de agentes amplificadores, as plantas de poder, tudo isso às vezes, ou melhor, no xamanismo, muito intenso, abrupto, sem degrauzinhos suaves, etapas cicatrizadoras.
Não, isso não faz parte do segmento, da energia ancorada na dimensão dos trabalhadores místicos do orbe terra, ditos xamãs, caracterizados pela raça vermelha. Raça vermelha? Hindus são vermelhos? Esquimós são vermelhos? Siberianos são vermelhos?
As pessoas querem adentra as dimensões místicas astrais, ainda separando raças, locais, culturas, religiões, panteões! E, ainda brigam por isso! Discorrem um falatório bonito e formal, denotam um conhecimento antropológico, filosófico, histórico, esotérico, genial! Eu fico pasma de ver! Sinto me pequenina, inculta, pelos Deuses! as vezes tenho realmente a sensação de minha ampla ignorância!
Ah! eu que estou aqui, me dando conta de tantas coisas óbvias, trazendo ao meu consciente, o motivo da amargura do inconsciente.
É que, um belo dia, dançar, mesmo que em casa, sozinha, escutando minhas músicas e fazendo meu serviço, já não faz mais parte de mim. Assim fica claro que dançar em pista de danças, salão de baile e sei lá onde mais, saiu muito antes.
Saiu a dança da minha vida!!!
A música está saindo da minha vida!!!
Socorro!!!
Vamos mudar de assunto?
Existem prazeres simples, mas muito gostosos, como comer frutas cítricas(laranjas e bergamotas) bem sentadinha, em uma gostosa tarde de inverno, no solzinho da tarde, quentinho, acolhedor.
Um belo dia descobri que, não como mais frutas, muito menos sentada, lagarteando no sol de inverno.
Um belo dia descobri que, não fico mais dois anos fazendo o mesmo tricô, que por errar, desmancho, e lá se vai a estação, descobri que talvez faça dois anos que não pegue a sacola do último tricô começado.
Descobri que, as últimas e poucas plantas que restam no interior de minha casa, estão morrendo e também descobri que as que existem, e são poucas, faz muito tempo que não colocam folhas novas..... violetas? Bem, elas morreram e a última que sobrou, só tem algumas poucas folhas sem vida, como se ali estivesse só para me agradar e não me deixar só.
O toque mágico da existência, existe atualmente um vasinho de violetas com flor (branca com bordas roxas), que ganhei do meu amor, no dia dos namorados. Preciso não deixá-la morrer!
Descobri que tem chovido muito,mas faz muito tempo que fiz sessão matinê, ver filme à tarde, com uma bacia de pipocas e um gostoso chimarrão. E bolinhos de chuva? Bem,acho até que esqueci o gosto.... Descobri um belo dia, que perdi as contas dos livros iniciados.....se bem que, esses meus companheiros, ainda sinto o sabor triste da saudade, quando se chega a última página, nesse último ano, acho que fiz isso uma 7 ou 8 vezes (muito pouco, antes eram um por semana, às vezes mais, às vezes menos). Deles, ainda não consegui desprender, e há a leitura na net.

Um belo dia descobri que, não há mais amigas para reunir em casa, tomar chá, chocolate, chimarrão e jogar conversa fora, tricotando ou fazendo crochet.

E pensando nelas, descobri estarrecida, que no último verão não fui a beira da lagoa, nem um único dia pela manhã. Um verão seco, com dias de sol intenso, temperaturas de às vezes mais de 35ºC.... e, então, eu descobri que não sei qual foi a última vez que caminhei, tranquilamente pela beira da lagoa....
Isso no verão, no inverno, bem no inverno, só sei pelo ônibus, que a lagoa está um lindo e prateado espelho.


E talvez um dia, eu volte para escrever mais escrevinhandos!

Xadai!
LumaEloraAislin.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A pérola um pouco maior !



A Ostra e a Pérola

"Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas...".

As pérolas são feridas curadas, pérolas são produtos da dor, resultados da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia.

A parte interna da concha de uma ostra é uma substância lustrosa chamada nácar. Quando um grão de areia a penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas, para proteger o corpo indefeso da ostra.

Como resultado, uma linda pérola é formada. Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada...

Você já sentiu ferido pelas palavras rudes de um amigo?
Já foi acusado de ter dito coisas que não disse?
Suas idéias já foram rejeitadas, ou mal interpretadas?
Você já sofreu os duros golpes do preconceito?
Já recebeu o troco da indiferença?

Então, produza uma pérola!!!

Cubra suas mágoas com várias camadas de amor.
Infelizmente são poucas as pessoas que se interessam por esse tipo de movimento. A maioria aprende a cultivar apenas ressentimentos, deixando as feridas abertas, alimentando-as com vários tipos de sentimentos pequenos e, portanto, não permitindo que cicatrizem.

Assim, na prática, o que vemos são muitas "ostras" vazias, não porque não tenham sido feridas, mas porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor em amor.

Um sorriso fala mais que mil palavras....

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

A Pérola e a Dor



Pérola
"Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas!
"Todos nós já fomos feridos e sofremos dores na caminhada da vida".
Por isso PRODUZA UMA PÉROLA para cada momento difícil da vida!
Não seja uma ostra vazia e apegada a dor!
Transmute!
E seja feliz!!!

Recadinho deixado em minha página, pelo meu querido amigo, Bruxo Valmir Agnanda.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Doçura, mensagem que ganhei de um amigo............



"DOÇURA"

Doçura é a maestria dos sentidos.
Olhos que vêem o fundo das coisas, ouvidos que escutam o coração das coisas, boca que fala a essência das coisas.
Doçura é o resultado de uma longa jornada interior ao âmago da vida e a habilidade de lá descansar e assistir.
O que é realmente doce nunca pode ser vítima do tempo, porque doçura é a qualidade da pessoa cuja vida tocou a eternidade".

Brahma Kumaris

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Um pedaço de mim, que ofereço a vocês.


Eu sou aquilo que expresso ser, e aquilo que guardo no interior de meu ser. Sou por vezes indefinível, tantas outras previsível, uma banal criatura.

Nasci, nesse tempo do hoje, mensurado pelas três dimensões da matéria, uma mulher...... como mulher, pari dois amados seres, meus filhos! Jamais meus seres! Ainda aqui, carrego comigo, ao meu lado, um ser amado, meu homem, meu companheiro.

Tenho nessa vida a companhia de muitas almas irmãs, onde nos amamos, misturamos nossas alegrias e secamos nossas lágrimas, uns aos outros, com o coração exaltado de prazer, porque sabemos que, temos uns aos outros, somos partilha!

Sou simples, sou pequena, sou pena e rocha. Amo a natureza, nela tenho meu alimento, minha alegria, o motivo para continuar, mesmo dentro de infinita saudade de um lugar que lá está...

Reverencio Deuses, honro elementais, me encanto com flores, com animais.

Choro muito, sinto falta, dou gostosas gargalhadas...

Sou atrapalhada, danço a coreografia da vida às vezes com graça, às vezes com dor.

De todas as coisas que amo, amo com maior intensidade o próprio amor, como fim único, como meio de agir, como início de jornada... como religião, o religare! O amor! Onde nada acontece, se o religare não religar o que se vê, ao divino interior. Jamais o contato com a divindade externa se dará, se a divindade interna não se descobrir.

Tenho dois textos, no perfil de meu orkut, que me descrevem muito bem, duas formas, duas medidas.

Porque sou bruxa, sacerdotisa devota da Deusa, sou poeira cósmica no mar do universo, lagoa serena e mar revolto, manto negro da noite, luz de estrela no céu.

Meu nome me define, meu nome composto que abarca o ocidente e o oriente, um se traduz em luz e o outro em pureza, como bruxa a forma unida, primeira sílaba de um, última de outro, daí Luma, reforçado por Elora, que ser Luz, Aislin, o sonho...

Aislin, o nome me ofertado, o nome da Senhora da fadas.Isso se traduz em sou pequena luz, que sonha em iluminar teu coração, e que minha loucura seja perdoada, porque metade de mim é amor, e a outra metade.....também!
Luma Elora Aislin

Perdidos nas brumas




As brumas densas...........
E as brumas desceram sobre nós...
Rarefeita no princípio, densa no fim,
assim envolvidos ficamos...
e, no tempo dos tempos, paramos.

As brumas densas...
Esconderam nossas verdades,
nossos sonhos foram velados,
as emoções se fizeram saudades,
no coração, os sentimentos calados.

Então, nas lembranças...
O mar das brumas se fez em nós...
a magia encantada, foi-se assim,
da dimensão do arco-íris, separados fomos,
nossas almas esqueceram o que existimos.

Evocamos! Esquecer a mudança...
Assim, no tempo mítico existiu.
um templo sagrado de enlevo,
espaço divino, que se partiu,
da montanha tênue, só o relevo.

Temos, então, a esperança...
De uma realidade perdida,
que tentamos relembrar,
quando em círculos, nossa mão unida,
faz, a luz, nos teus olhos procurar......

Luma Elora Aislin, 20/08/07

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Pequeno pensamento sobre a auto estima.




Penso ser a auto estima o substrato do viver, quando temos auto estima nosso viver cresce forte, com substância, com vigor. É quando observamos aquelas pessoas brilhantes, que vivem intensamente cada momento, apreciam coisas ínfimas, dão gostosas gargalhadas com uma piada de 20 anos atrás, que já ouviu trocentas vezes, mas e daí, se é engraçado, é para rir! E, elas riem com um vigor, um calor, que aquele riso se esparrama, te contagia, te faz rir, mesmo sem nem saber da piada, e depois quando te observas, estás leve, sereno, feliz!

O poder da auto estima é o de deixar que se desenvolvam as qualidades do espírito, para que, essas possam curar os bloqueios, os desafios, por isso se diz que não há cura, enquanto o doente não querer a cura da doença, enquanto ele não quer se curar! E, observando todas essas almas, nota-se, invariavelmente a falta de auto estima, eu não me estimo, não tenho direito a ter prazer, alegria, saúde, amor, respeito, isso se repete como mantra, muitas e, na maioria das vezes, a nível inconsciente, por fora há uma capa, uma máscara de satisfação, de realização com a vida, mas se observarmos de perto, para dar um exemplo, são aquele tipo de pessoas, que tem fome, sente a fome, abre a geladeira, que está abarrotada, vai nos armários, sabe-se lá onde mais, olha em volta com aquele ar enfastiado e diz: Quero comer! Estou com fome, mas não sei de que! Não consigo saber o que quero comer! Olha para a mulher e diz alegremente : Vamos jantar fora querida! E essas insatisfações se repetem, mudam os cenários, os graus, maiores ou menores, mudam os cenários, do teatro da vida humana, mas a essência é sempre a mesma..........O VAZIO, que se instala, lenta e sorrateiramente! A auto estima é um substrato onde adubamos com carinho, e aí plantamos os temperos da vida, a paixão, a alegria, a leveza, a solidariedade, o companheirismo, o dividir.......

Bençãos de luz infinita, e que o mundo possa encontar mais auto estima, mas de ante mão já aviso! Não está à venda nem na mercearia da esquina e muito menos na Quinta Avenida em NY. A auto estima está bem aí, dentro de ti, dentro de mim, é um dos primeiros tesouros........acho que ela é um pózinho mágico que está no fundo do Gral.


Luma Elora Aislin.

sábado, 11 de agosto de 2007

13 de Agosto dia de cultuar à Hécate, a Deusa das Encruzilhadas


AS TRÊS FACES DE HÉCATE
Hécate é o arquétipo mais incompreendido da mitologia grega. Ela é uma Deusa Tríplice Lunar vinculada com o aspecto sombrio do disco lunar, ou seja, o lado inconsciente do feminino. E, representa ainda, o lado feminino ligado ao destino. Seu domínio se dá em três dimensões: no Céu, na Terra e no Submundo.
Hécate é, portanto, uma Deusa lunar por excelência e sua presença é sentida nas três fases lunares.
A Lua Nova pressupõe a face oculta de Hécate, a Lua Cheia vai sendo aos poucos sombreada pelo seu lado escuro, revelando o aspecto negativo da Mãe. E a Lua Minguante revela seu aspecto luminoso. É preciso morrer para renascer.
Esta Deusa ainda permanece com o estigma de ser uma figura do mal. Essa percepção foi particularmente consolidada na psique ocidental durante o período medieval, quando a igreja organizada projetou este arquétipo em simplórias pessoas pagãs do campo que seguiam seus antigos costumes e habilidades populares ligados a fertilidade. Estes indivíduos eram considerados malévolos adoradores do "demônio". Hécate era então, a Deusa das bruxas, Padroeira do aspecto virago, mas nos é impossível termos uma imagem clara do que realmente acontecia devido às projeções distorcidas, aos medos íntimos e inseguranças espirituais destes sacerdotes e confessores cristãos.
Em épocas primevas, antes do patriarcado ter se estabelecido, é mais fácil descobrir a essência interior do arquétipo Hécate e relacionar-se com ele. Hécate está vinculada com as trevas e com o lado escuro do Lua. A Lua, na verdade, não possui luz própria. A luz que se projeta na Lua é a luz solar. Logo, a Lua Cheia é a Lua vista pela luz do Sol. A Lua Nova Negra é, portanto, a verdadeira face da Lua.
Hécate costuma ser considerada uma Deusa lunar tríplice: Àrtemis (a Lua Cheia), Selene (a Lua em várias fases), Hécate (o lado negro da Lua Nova). Ou, como as forças da Lua em vários reinos: Selene no Céu, Ártemis na Terra e Hécate no Mundo Inferior.
Hécate seria então, uma projeção de Ártemis, pois a luz pressupõe a sombra. O lado visível da Lua, o lado de Ártemis, que reflete a vida em pleno vigor, pressupõe o lado de Hécate, o lado oculto da lua, o lado da sombra e da morte; a polaridade negativa, o impedimento para a realização, o lado inconsciente.
O perigo que pode ocorrer quando esse lado sombrio se constela é o de que a energia psíquica seja posta a serviço da morte e da doença.
Hécate nos revela, os caminhos mais escondidos e secretos do inconsciente, os sonhos guardados, o lado dos desejos mais ocultos. A Lua Crescente, com suas fases clara e escura, também nos sugere esse domínio do feminino..
O lado de Hécate ainda, traz um potencial para a fertilização, desde que seja encaminhado para este fim. A doença pode ser uma via para a saúde e a morte para servir de adubo para a vida.
O feminino tem um movimento livre dentro do reino oculto. O terreno da magia pertence ao feminino. O masculino está ligado aos aspectos mais claros, mais visíveis, mais objetivos. O campo de ação da ciência pertence ao reino masculino.
Hécate é a Deusa que pode conduzir aos caminhos mais difíceis e perigosos, aos abismos e às encruzilhadas da própria psique. A sua função é de guia dentro do reino oculto da alma.
A Terra é o grande inconsciente uterino de onde brota toda a semente. É também o lugar para onde tudo retornará. Nesse inconsciente ctônico a vida e a morte coexistem em um mesmo processo cíclico. Deste modo, o "ser" e o "não ser" podem viver sem conflito.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Uma linda lenda sobre a criação do inverno.




Quem Trouxe O Inverno Sem Fim Para A Terra?


Noroeste do Pacífico



Uma vez, não muito tempo atrás, o inverno veio e ficou.
Sob o gelo imóvel do rio congelado, a água estava despovoada.
Ali, já houvera peixes, mas todos foram apanhados e consumidos.
Havia fome nas tendas. Os ventos da primavera não aqueceram aterra. Os dias não tinham se tornado mais longos.
A cada manhã, enquanto o sol erguia-se tardiamente no céu, os anciãos da aldeia trocavam olhares, querendo saber quando a primavera finalmente chegaria. Todos os dias, as mães escavavam a neve, à procura do único alimento possível: brotos e folhas que, quando misturados, tinham sabor semelhante a serragem e remédio, mas, mesmo assim, pareciam ter um gosto bom para pessoas esfomeadas.
As crianças estavam com muita, muita fome. Os anciãos, contando os dias, sabiam que era junho. Mas a neve do chão continuava unida ao gelo do rio. À noite, ventos violentos sacudiam as tendas de couro, enquanto as crianças se apertavam em seus cobertores de pele, tentando ignorar a dor em seus estômagos.
Em julho, havia tanto gelo e neve como se fosse dezembro. Por fim, uma assembléia foi convocada e realizada na casa da mulher mais velha. Um por um, os anciãos entraram na tenda, formando um círculo ao redor da pequena fogueira.
- Qual – perguntou o ancião mais velho – é o motivo para o inverno perdurar por tantos meses em nossa terra?
Todos fizeram silêncio, olhando fixamente para o fogo e vasculhando suas memórias. Sabiam que algo perturbara os espíritos da terra. Alguma coisa provocara esse castigo. Mas, o quê?
Os anciãos ficaram sentados com os olhos fechados e enrolados em suas mantas de pele, enquanto se concentravam na questão. Aqui e ali uma testa ficava ainda mais enrugada.
Uma hora passou em silêncio. Então, uma voz velha falou baixo:
- Um pássaro foi morto.
Os anciãos não se mexeram, mas seus olhares se dirigiram para o velho que havia falado.
- Um inverno sem fim é resultado da morte desnecessária de um pássaro. – ele continuou.
Lentamente, os anciãos começaram a relaxar. Eles se olhavam aquiescendo levemente com a cabeça. Sim, era isso! Era um acontecimento tão raro que ninguém se lembrava do último incidente, mas todos tinham ouvido a história, vagamente, anos atrás, em suas juventudes.
Alguém da vila matara um pássaro. E encontrar o responsável seria o único modo da primavera chegar.
Um por um, cada membro de cada família foi chamado. Cada um disse aos anciãos:
- Eu não matei nenhum pássaro, exceto para comer.
Primeiro, vieram os caçadores: nenhum deles tinha cometido oi crime. Também, nenhuma das mães o admitiu. Uma por uma, as crianças também o negaram. Cada um disse as palavras imprescindíveis: “Eu não matei nenhum pássaro, exceto para comer”.
Finalmente, uma menina deixou escapar:
- Eu não matei nenhum pássaro, exceto para comer... mas, Wakanee sim! Eu vi!
Os anciãos se olharam sombriamente. Wakanee era uma garota de olhar brilhante, a única filha de seus pais. Ela foi chamada para o conselho dos anciãos. Chorando, admitiu o crime.
- Eu não pretendia fazer isso! – tentou explicar – Eu estava arremessando pedras e uma delas atingiu o pássaro e ele morreu.
A família de Wakanee se enrijeceu de tristeza. Seu pai olhou tristemente para sua esposa. A mãe de Wakanee cerrou seus punhos, mas nada disse, nem para sua filha, nem para os anciãos.
Calados, os pais deixaram a tenda, retornando poucos minutos depois com Wakanee vestindo suas melhores roupas: um par de mocassins macios bordados com espinhos de ouriço, uma saia quente de couro e uma blusa de franjas com contas. Eram roupas de festa, mas Wakanee, com lágrimas escorrendo por sua face, sabia que nenhuma festa esperava por ela.
Alguém começou a cantarolar tão pesarosamente quanto o vento que açoitava as tendas todas as noites. Os pais de Wakanee removeram as lindas roupas de festa. Ela não ofereceu resistência.
Em seguida, as pessoas caminharam, uma por uma, para a margem do rio, através da neve esmagada. A mãe de Wakanee caminhava calada ao lado de sua filha.
Na margem, onde a neve encontrava o gelo, um dos anciãos aproximou-se de Wakanee e colocou as mãos sobre os seus ombros. Todos se curvaram. Lágrimas escorriam do canto de muitos olhos.
Wakanee tinha parado de chorar, pois estava muito assustada para isso. Não sabia o que iria acontecer, mas estava com medo. Ela estava tensa e pálida sob as pesadas mãos do ancião.
O ancião levantou as mãos e os olhos, apontou para o gelo. Wakanee não entendeu e continuou imóvel, olhando para o ancião. Ele apontou novamente, nada dizendo. Wakanee compreendeu que ele dizia para ela caminhar para o rio congelado. Ela vira as pessoas caminhando pelo rio por todo o inverno. Isso não a assustou. Então, ela começou a caminhar.
O rio era muito largo naquele ponto, fazendo com que Wakanee demorasse a atingir o meio. Ali chegando, virou-se e olhou para a pequena aglomeração de pessoas reunidas na margem.
Ela começou a levantar a mão para acenar.
Um repentino estrondo foi ouvido e num instante a primavera chegou. O gelo do rio foi, de repente, carregado por correntes violentas, levando Wakanee para longe das pessoas reunidas na margem.
Na aldeia, toda a neve derretia e escorria torrencialmente para o rio. Os pássaros chegaram em uma profusão de cantos. As árvores brotaram e se encheram de folhas em um único instante. Do solo vazio, plantas nasceram e floresceram.
A transformação do inverno fora de época levou apenas um momento. Os aldeãos ficaram sem fôlego, atordoados e extasiados pela velocidade da chegada do verão. As crianças correram para as florestas, sorrindo, para colher morangos.
A mãe de Wakanee caminhou lentamente para casa com o marido ao seu lado. Eles reconheciam a justiça na punição da filha. Ficaram contentes pelos outros, pois novamente havia comida para os alimentar. Mas sofriam, pois não tinham outros filhos. Eles envelheceriam solitários.
O verão passou serenamente, embora a aldeia sentisse a falta da alegre menina que tinha desaparecido no gelo partido. Os rios estavam cheios de salmão. As pessoas pescavam mais do que o suficiente para o inverno, algumas secando e estocando o precioso óleo em caixas de madeira. Havia muitos frutos: mirtilos carnudos, suculentas framboesas e amoras. Havia comida suficiente para dois invernos. As pessoas juntavam o que precisavam e armazenavam uma parte para tempos mais difíceis.
O inverno chegou mais tarde naquele ano, como se para compensar sua longa permanência da última vez. E quando chegou, veio de mansinho. Os ventos do mar sopraram frios na aldeia por muitas semanas antes dos picos das montanhas ficarem brancos. E a neve que chegou atrasada, não durou muitos meses. Mal deu para a passagem daquela estação antes que a primavera voltasse novamente.
O rio arrastava grandes pedaços de sua cobertura gelada. Flutuando em direção ao mar, os icebergs se derretiam. Às vezes, um iceberg realmente grande passava próximo à margem do rio e os aldeões sorriam, felizes por verem o inverno desaparecendo rapidamente.
Um dia, entretanto, um bloco de gelo, passando rapidamente rio abaixo, prendeu-se numa raiz exposta de um enorme cedro, nas proximidades da aldeia. Houve uma grande agitação, pois quando as pessoas tentaram retira-lo, viram, em seu interior, o corpo congelado de Wakanee.
O corpo da menina deveria ter sido carregado para o mar no inverna anterior. Ninguém conseguia explicar porque ele estava ali, tomando o caminho errado pelas águas. No entanto, quebraram o gelo, puxaram o corpo da menina para a margem e o carregaram solenemente para a aldeia. Ela era, depois de tudo, uma heroína. A menina morrera para salvar sua aldeia. Seu crime, eles sabiam, não fora intencional, mesmo assim, ela sofrera terrivelmente por isso.
Mal chegaram com o corpo na aldeia, um rubor lentamente se espalhou pelas faces de Wakanee. Sua mãe saiu correndo ao encontro da filha. Wakanee deu um grande suspiro, o som da respiração indo para os pulmões vazios por mais de um ano. Então, abriu os olhos.
Ao levantar os olhos, viu os aldeões olhando-a fixamente. Ela se encolheu em um canto e respirou profundamente outra vez. De todos os cantos da pequena aldeia, as pessoas corriam para vê-la.
Ela se levantou e falou para a anciã mais velha da aldeia, pois o homem que a enviara para o gelo morrera no inverna anterior e essa mulher era, agora, a mais velha dentre os anciãos.
- Avó – ela disse -, eu retornei!
A velha mulher confirmou com um aceno da cabeça.
- Eu aprendi muitas coisas que serão úteis. – disse Wakanee.
A velha mulher confirmou com a cabeça novamente.
-Eu devo ter minha própria tenda e um caçador para caçar para mim. – Wakanee finalizou.
A mulher confirmou novamente, olhando através do círculo de aldeões para um jovem homem, um bom caçador. Ela lhe acenou com a cabeça e, depois, para Wakanee.
- Cuide disso. – ela disse.
Wakanee viveu como um ser sagrado, pois entendia o inverno e lia seus sinais. Quando o céu se enchia de nuvens escuras e finas, ela podia dizer se a neve estava ou não chegando. Ela conhecia as espessuras do gelo através de sua cor azulada, a resistência da camada congelada do rio sob seus pés e os locais em que a neve atingiria os frutos de inverno. Quando os dias se estendiam, podia dizer se o inverno estava partindo ou se persistiria apesar da primavera precoce.
Mais que tudo, aprendeu a linguagem dos pássaros. Quando um bando de gansos voava alto no céu indo para o norte ou para o sul, ouvia suas discussões sobre o tempo. Ela conversava com pardais, aprendendo onde frutos suculentos poderiam ser encontrados. Até as corujas conversavam com ela, compartilhando sua grande sabedoria.
Wakanee conhecia todos os segredos do inverno, pois ele a fizera sua filha naquele terrível ano. E, também todos os segredos dos pássaros, pois, tendo pago por seu crime, eles a adotaram como sendo uma deles.
E, assim, ela viveu, como única dentre seu povo, compartilhando com eles sua sabedoria duramente obtida.