A história do descobrimento ou "fabricação" desta cor pelo homem para específicos usos ou recriação remonta à Pré-História, após serem descobertos registros de pinturas em cavernas que apresentavam o vermelho. Caçadores do período neolítico já consideravam esta cor a mais importante, dotada de poderes relacionados a vida, colocada inclusive nos túmulos de seus mortos - o que explicaria os achados arqueológicos nos quais esqueletos foram vistos cobertos em pó de ocre vermelho; pinturas da mesma época também atribuíam poderes mágicos a esta cor. Por volta do século VIII, na cultura nórdica, o nome usado para o vermelho derivou de teafor (magia), que tornou-se mais tarde ocre vermelho, provavelmente por conta do óxido de ferro já usado para colorir e para evocar a fertilidade. Para as mais variadas culturas ao redor do mundo antigo, o vermelho detinha poderes mágicos relacionados à invencibilidade, proteção, força e intimidação, como visto em pinturas de Jan Van Eyck (1434). Inclusive a fênix, que ainda simboliza o renascimento, está relacionada ao vermelho, por seus poderes de vida e por estar ligada à ira e à guerra, quando os homens partiam para as batalhas. Em casamentos, o vermelho foi cor tradicional em guirlandas e roupas da época romana até o século XVIII, graças a seu simbolismo de fertilidade, mantendo-se ainda como característica cultural grega, albanesa e armena; no Oriente, a China perpetuou a tradição de vestir suas noivas de vermelho. É ainda lá que ovos na cor representam boa sorte ao recém-nascido.
Na Europa, no período da Idade Média, os homens já utilizavam do escarlate para tingir tecidos, preparar cosméticos e como ingrediente culinário, graças a cochonilha, inseto capaz de produzir substância avermelhada. No Egito, possuía, junto a outras cores, significados psicológicos, e no Oriente, era já considerada uma cor comum. No século XVII, o rei francês Luís XIV instituiu o vermelho como a cor da nobreza, ao usa-lo em roupas, calçados e colorindo palácios, em tapeçaria. Durante a Revolução Francesa, foi a cor da insurreição. Na América, os índios usavam recursos naturais, como o urucum, para obter a coloração e se enfeitarem ou camuflarem-se para batalhas. No papiro de Ebers, dito o livro médico mais completo e antigo da Humanidade (1 550 a.C), o vermelho foi utilizado nos títulos dos capítulos, nos nomes das doenças e nas dosagens dos medicamentos, já que no Egito era a cor usada para dar ênfase.
De acordo com uma antiga lenda grega, as rosas vermelhas - símbolos de amor e fidelidade - vêm do sangue de Adonis, morto por um javali durante uma caçada. Assim, para esta mitologia, o encarnado é o ciclo de crescimento e declinío, além de ser a cor dedicada a deusa Afrodite. Todavia, o vermelho não representou apenas positivismo. Para os israelitas dos tempos bíblicos, o vermelho era a cor do sangue para espantar demônios; no Egito antigo era a cor representativa do deus Seth e da maldade.
Supostamente a primeira cor a ser percebida pelo homem, é também a primeira a ser vista por pessoas que sofreram danos cerebrais e tiveram cegueira temporária. Com o passar dos anos, esta cor ganhou tons e variações, conotações e simbolismos, que vão do amor a ira, representando o vermelho das rosas preferidas para o Dia dos Namorados a camisas de times de futebol pelo mundo.
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