Luma Elora Aislin

Luma Elora Aislin
Sabá de Ostara

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Cântico à Deusa


Aprendam a não esperar por mim....

Aprendam a não me fazer verter lágrimas,
minha face foi criada para lhes sorrir,
meu sorriso aquece suas almas.

Aprendam a andar sozinhos....
a percorrer caminhos, a correr estradas e subir montanhas.

Aprendam a amar os animais,
pele e pelos se completam,
piados, grunhidos, latidos, miados...
são fundo musicais para suas palavras.

Aprendam a falar...
o universo registra e, eu acolho em meu coração.

Aprendam a não me ofender,
gritos, blasfêmias e pragas, rasgam meu ser.

Aprendam a sentir meu cheiro nas flores,
e, a ler minhas vontades nas nuvens,
meu gosto?
Provem do mel, deliciem~se com frutas e sumos.

Aprendam a nadar ao vento e a voar nas águas,
a harmonia dos contrastes, geram equilíbrio.

Aprendam a não se queimar,
no crepitar da chama que alimento,
e, da terra que gerei, tirem seus alimentos,
provem do mar, mas não se afoguem.

Aprendam a me amar, porque sou espelho, reflito o amor...
e, seus ódios e rancores, me fazem quebrar.

Aprendam que sou o que sou...
Sou início, meio e fim.

Aprendam sobre luz e sobre sombra,
sou dual, inconstante, mas sou única.

Aprendam que por mim hão de morrer,
e, que de mim renascerão.

Aprendam a dança da vida,
o movimento dos elementos.
Me leiam nas folhas, me sintam nas florestas.....
mergulhem em mim, quando no mar,
pisem meu corpo, quando em terra.

Aprendam a criar raízes,
porque meu fogo interior,
queimará o que de mim não vier.

Aprendam o caminho, o vôo,
a nadar e a cantar...
soem tambores, entoem músicas,
em minha honra e do que criei.

Aprendam que de minhas crias me alimento,
sou caça, sou a caçada, sou caçadora,
tão pura, quanto densa.
Então, aprendam meus segredos,
ouçam meu canto, meus gemidos.

Olhem nos meus olhos, me enlacem, mas....
Não esperem por mim!

Ao Senhor dos tempos dei forças,
para o Universo expandir e crescer...
e, na minha amplitude, se fundir.....

Então, não esperem por mim!

Porque das cores, sou todas e nenhuma,
e seus olhos não me alcançarão...
naveguem e galopem,
girem como folhas ao vento......

aprendam a me sentir,
no pulsar do sangue,
e a me ver no “nada”,
somente assim, me alcançarão....


Luma Elora Aislin

Nenhum comentário: